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sexta-feira, 4 de junho de 2010

20 - Largo de S. Domingos na Cidade do Porto

Quem desce a Bainharia vindo da Sé, atravessando Mouzinho da Silveira, entra no Largo de S. Domingos, artéria na Zona Histórica e Património Mundial. Chamou-se também Praça ou Terreiro de Santa Catarina e posteriormente Largo de S. Crispim.
Sofreu muitas alterações quer quando da abertura da Rua das Flores no séc. XVI, quer da de Mouzinho da Silveira no séc. XVIII.
Existiu um chafariz desde a era de quinhentos demolido em 1845 (?), bem como as Capelas de S. Crispim e N. S. das Neves. Tudo demolido. Na actual capela de S. Crispim, creio que ainda se encontram umas relíquias oriundas da antiga.
Edifícios à direita de quem vem de Mouzinho da Silveira.
Para Norte, o início da Rua das Flores e a Igreja da Misericórdia.
Fechando o Largo, existia o Convento de S. Domingos, construído entre 1239 e 1245, em estilo gótico primário, mas esta situação alterou-se devido às sucessivas obras e também reconstruções de que foi alvo na sequência dos quatro incêndios que o atingiram entre 1357, 1523, 1777 e 1832.
À direita, o edifício da Papelaria Araújo & Sobrinho, mais que centenária instituição, muito procurada pelos artistas plásticos.
Na frente do edifício existiu uma fonte, destinada a substituir o chafariz entretanto demolido. Essa fonte, construída entre 1846/50, foi também demolida em 1922, passando para o Jardim de S. Lázaro.
Uma foto da época mostra a fonte e a imagem de Santa Catarina.
Essa imagem está no interior da Papelaria. Encontrei esta foto divulgada na net em vários sites. Não sei quem é o autor.
A Fonte, agora no Jardim de S. Lázaro, construída em mármore.
A Arte do ferro
O que resta do antigo Convento foi recentemente restaurado. Aqui realizavam-se sessões públicas camarárias e de tribunal, assim como existia uma grande actividade comercial já referenciada no século XIV.
Um olhar para a Sé e o seu casario
Relembrando o séc. XIX
Pormenores ainda visiveis de velhos tempos.
O Convento, que depois da extinção da Ordem e da acentuada degradação e também pela abertura das novas ruas, ficou só com a fachada. O edifício foi arrendado pela filial do Banco de Portugal - de Lisboa, na altura chamado - e posteriormente vendido à companhia de Seguros Douro. Foi sofrendo várias obras, entrou novamente em degradação e finalmente recuperado chamando-se agora Palácio das Artes.
Seria este o seu aspecto. Não li quaisquer referencias quanto a datas do desenho
Para sul a Rua Dr. Sousa Viterbo
Pormenor do Largo, visto do interior do que foi o Convento.
À direita, a Rua de Ferreira Borges, que vai dar à Praça do Infante. Toda esta zona coincidia com o antigo Convento de S. Francisco, que segunda a história, os frades dos dois conventos não se dariam lá muito bem.
Por este correr, encontramos os belos edifícios do Hotel da Bolsa, do Instituto do Vinho do Porto, o Palácio da Bolsa, o Mercado Ferreira Borges, a Igreja e S. Francisco e depois da Rua do Infante a velha igreja de S. Nicolau.
É só história e granito e ferro.