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quarta-feira, 15 de setembro de 2010

41 - Tristezas da minha Cidade

É comum a tristeza ser descrita como algo amargo, ou como uma dor, ou como sentimento de incapacidade, ou ainda como algo escuro (trevas). - Wikipédia Passei há dias na Rua de Entreparedes - A Praça da Batalha, era um campo chamado do Pombal - porque tinha um pombal no meio - tudo cercado de muros sobre si. E partia, da parte sul, com caminho para S. Lázaro e para Valongo - «estrada que vai entre as paredes» (1590). Com a denominação de Rua de Entreparedes, encontrámo-la num registo paroquial da freguesia de Santo Ildefonso, de 1727. - Toponímia da Câmara Municipal do Porto - e deu-me uma saudade muito grande. Posso dizer que vive aqui, alguns anos da minha juventude, neste prédio hoje em ruínas.
Foi doado nos anos 60 do século passado, à Ordem do Terço. Serviu como residência de estudantes, creio que seminaristas ou ligados à Igreja. Tinha uma placa na porta, mas já não me lembro dos seus dizeres. É um edifício do séc. XIX e com muitas estórias. Minhas também. Mas isso não é para aqui chamado.
Há muitos outros edifícios em ruínas. Não será o caso do antigo Instituto Comercial do Porto, pelo menos exteriormente, onde se formavam os contabilistas, depois de saírem da Escola Comercial. Creio que funcionou como instituição até finais dos anos 80. Com outros nomes mas com a mesma finalidade e novos cursos, que agora têm nomes sonantes. Mas creio que também e juntamente ainda albergou o Instituto Industrial. Hoje não sei o que está lá dentro. Pela meia porta aberta apenas se vê uma enorme escuridão.
Mas muito limpo não está o velho edifício. Adiante
Porque um leitor me escreveu umas tantas coisas, criticando inclusivé a minha defesa da Calçada Portuguesa (comentários no escrito 37 - A Praça e a Avenida ), chamando-me de parôlo, dei comigo a olhar para os passeios e verificar umas tantas inverdades desse leitor. Ora, até nesta Rua meio a desfazer-se e na sua continuação, a Rua do Campinho, os passeios são calcetados com vários desenhos, mostrando assim que há imensos que podem ser feitos e que a Calçada não foi esquecida, não é perigosa e continua linda.
Navegando, fui dar, creio que ao Facebook, com a Escola Comercial Oliveira Martins, a antiga. A tal Universidade Ó Martins. A da Rua do Sol. Porque na Rua das Taipas existia também uma escola comercial. Não conheço as suas estórias, porque na net só há a referência à nova Oliveira Martins, mas que já não o é. O edifício escolar que foi construído ali no Bonfim há uma vintena de anos, está abandonado - segundo li - e a Escola passou para a Soares dos Reis. Que era de artes decorativas. Conclusão. Não sei se há Oliveira Martins ainda ou não.
No tal espaço "saquei" esta velha foto, do antigo edifício na Rua do Sol. Que pura e simplesmente foi destruído.
Parte das traseiras ainda existente, vista do Viaduto de Duque Loulé.
O que resta da fachada da entrada. No espaço interior parece-me que alberga viaturas da Câmara Municipal do Porto.
Tudo condiz nesta Rua do Sol. Que já foi Viela e deu origem à Rua das Taipas, depois Rua da Boavista, posteriormente Rua do Sol em meados do séc. XVIII. Mas segundo a Toponímia da Câmara em 1801, portanto já no séc. XIX, denominava-se Rua Portas do Sol. Confusão ? Acho que sim, mas está lá escrito.
A Rua termina, ou começa, não sei, com a Capela dos Alfaiates.
Como é triste ver à saída da Estação de S. Bento, na esquina com a Rua do Loureiro com a Avenida da Ponte - hoje D. Afonso Henriques ou Vimâra Peres, mas para o caso não interessa nada porque será sempre a Av. da Ponte - este prédio em ruínas. Local de passagem de muita gente - o metro e o comboio estão ali a dois passos - e por onde obrigatòriamente os turistas também o fazem, quer a pé, de carro ou comboio turístico no percurso entre a Sé e S. Bento e a Praça e por aí fora, custa-me ver esta vergonha exposta aos olhos, até porque nas imediações funciona um mercado de droga.
Estão a imaginar a cena...