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quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

55 - Ruínas, Entaipamentos e etc. do meu Porto

Ano Novo, vida nova. Gostava que a nossa autarquia adoptasse este velho ditado para cumprir com as suas obrigações. A Cidade está triste, abandonada, arruinada. Nem a nova moda da noite, algumas noites, lá para os lados dos Clérigos, (leia-se bêbados, vândalos, arruaceiros de Rua), vem rejuvenescer o que quer que seja.
Nas minhas andanças, não só foquei o que é belo do nosso Porto. Deixei por aqui algumas fotos de aberrações que gostava - gostávamos, os que amam a Cidade - de as ver erradicadas. Para acabar o ano e porque já me sinto de novo cheio de força, aqui ficam mais algumas fotos do mau que temos por cá. Esperando que a partir de amanhã deixem de existir. Porque a Cidade - a autarquia e o seu presidente Rui Rio - parece que vivem apenas para os carrinhos antigos da F1 esquecendo tudo o que nos rodeia. Na Rua Formosa, junto aos antigos Villares - do velho Samarra, promotor das campanhas presidências do General Ramalho Eanes, do extinto PRD, patrão de um jornal do qual já nem lembro o nome tão curta foi a sua duração; e também do F.C.P. -entaiparam as portas e vitrines, que servem para a colagem de toda a espécie de cartazes. No passeio, estacionam durante o dia vários cães na companhia de um cidadão que coloca um cartaz a dizer que vivem na rua. Periòdicamente, lá estão também crias de cães, de variadíssimas espécies. Não sei se para negociar. Um dia desta semana, ainda sem vontade para fotografar, vi uns 4 ou 5 cães bébés, envoltos em cobertores, ao lado de 2 ou 3 cães adultos. Como esta situação já é típica no local, há pelos menos uns 3 anos, será que é perfeitamente legal ? Não será lógico que as entidades sanitárias verifiquem o que se passa ? E como estarão as lojas do edifício ?
Em Sá da Bandeira e Rua Formosa, no edifício dos antigos armazéns da Casa Forte e Lã Maria, entaiparam-se as frentes há uns anos e para ali estão. Do lado da Rua Formosa, ruiu há cerca de um ano todo o edifício. Felizmente não aconteceram danos pessoais. Pura e simplesmente colocaram-se painéis de chapa e uns tijolos e é assunto resolvido. Deste lado, em Sá da Bandeira, o arco também entaipado era a entrada de uma viela na qual, como bem diz o meu presidente Jteix45, havia uma tasca e casas comerciais.
Em Nova Sintra, a caminho da Quinta da China, há uma série de edifícios em ruínas. Os antigos jardins estão cobertos de mato altíssimo, que escondem as placas dizendo que são propriedade camarária. Pobre Câmara que nem pelo seu património olha...
Na Rua Pinto Bessa há vários edifícios a cair. Este é um deles, junto às várias aberrações edificadas ao longo da rua, quer sejam novas quer tenham já uma dúzia de anos.
Quási chegados à Rua do Bonfim, mais um prédio a cair. Não é de agora. Tem anos que está neste estado, mas claro, vai piorando
No Largo do Moinho de Vento colocaram há uns anitos uns bancos. Óptimo para poleiro de pombas mas não para alguém com coragem se sentar. Também não admira. É zona habitacional destes cagadores por excelência em cima de transeuntes. E território de caça de alguns miúdos. Por ali existem alguns prédios como este, a cair aos poucos. Ainda por cima destoam do arranjo que fizeram nos prédios mais ou menos coincideentes com os que estão voltados para Carlos Alberto.
Ali para os lados da Corticeira/Fontaínhas, ruínas não faltam. Quer sejam ao longo da Alameda, quer na cotas inferiores até ao Rio. Na imagem, os restos da antiga Capela de Santo António, que foi devoto em tempos não muito distantes das gentes desta zona. Mais abaixo, ao fundo da calçada (Carquejeiras/Corticeira) outras ruínas que presumo terem sido da Fábrica da Cortiça.
Segundo li num dos relatórios camarários sobre esta zona, no morro abrem-se fissuras que provocam deslizamentos, logo, insegurança. Oxalá eu não veja o morro das Fontaínhas a cair de vez. Lá se vai o nosso S. João.
Junto ao (ex) Convento de Monchique, existiu um "casa" anexa pertença das freiras, que albergava visitas e/ou viajantes sendo uma fonte de rendimentos para a confraria. Albergou esta casa armazéns - e outras vidas - num dos quais há cerca de um ano lavrou forte incêndio.
Li algures que estava para ali projectado grandioso hotel. Se a memória não me falha, há relativamente pouco tempo, o Sr. Presidente da Câmara mostrou, vaidosamente, vários projectos para toda a zona ribeirinha, entre eles o campeão que previa inclusivé uma ponte pedonal ligando Porto e Gaia. Da Foz até Campanhã seria uma beleza. Onde param esses grandiosos projectos ? O certo é que ao longo da Zona histórica - embora aqui já não o seja - só vemos ruínas. E os camones passeando no rio, ficam deslumbrados.
No início da Rua de S. Pedro de Miragaia, de quem vem das Virtudes e logo a seguir ao Jardim e à Escola que aqui existe, encontra-se esta bela parede que foi de um edifício, presa por arames. Calculo que serão cerca de 30o m2 à espera de cair. Oxalá não chegue a acontecer. Vivem ali pessoas, a escola está muito próxima...
Na velha Miragaia há muita coisa a cair. Ou em vias disso. Mas aqui também nada se ordena.
Na zona do Castelo do Queijo, onde o Parque Ocidental da Cidade se "liga" ao mar, encontramos o velho edifício que já foi colégio - creio que alemão - e também um dos serviços do STCP, ou do seu antecessor. Aos anos que este mamarracho se encontra num miserável estado de degradação, piorando de dia para dia. Lá está afixada uma placa com data de 9.12.2009 autorizando as obras (provàvelmente para um futuro bar, restaurante, casa de espectáculos) com 3 pisos para cima e 1 para baixo e que deveriam estar concluídas 240 dias depois.
Passado mais de um ano, o edifício desfez-se um pouco mais e como é normalíssimo nesta bela Cidade do Porto, couto e feudo do Dr. Rui Rio, nada se concretizou.
Na amada zona da Ribeira, em pleno centro do Barredo, no Largo do Padre Américo, selvagens iluminados pintaram uma cruz suástica na placa que descreve uma mensagem desse grande homem dedicada à gente do Bairro. Esta pintura existe há cerca de 4 anos. Ninguém é capaz de limpar esta porcaria ? E já agora, senhores da Freguesia ou da Câmara, coloquem uns contentores do lixo para evitar os sacos de plástico com o dito que por ali estão espalhados.
Próximo da Lada e dos Canastreiros esta maravilha que deve deixar encantados os turistas que se aventuram pelo interior do Barredo. Aliás nada de mal por aqui se passa, antes pelo contrário, pois é o cheirinho a cerveja reciclada que se encontra na atmosfera e serve como aperitivo antes da degustação nos Bares e Restaurantes que por aqui proliferam.
Falar da zona histórica e património mundial da humanidade é uma coisa que dá cá uma cagança ao portuense de gema. Mas dá raiva também. Quem sobe ou desce por estes cantos só vê ruínas por ruas que deveriam ter um aspecto mais airoso. Todas as cidades velhas, (as que conheço) têm as suas zonas históricas bem tratadas e é agradável passear por elas. Na nossa até trânsito e estacionamentos de automóveis existem. Claro que sou suspeito pois só gosto de andar a pé. No caso da imagem, velhos prédios a caírem, no gaveto de Mouzinho da Silveira e Bainharia.
Na Reboleira, uma das "Casas Góticas" a cair aos poucos. Escreve-se num dos panfletos camarários que tem ainda pormenores do séc. XIV. Nota-se que há muito interesse em preservar essas coisas.
Ainda o edifício da ex-Villares, um pouco mais abaixo em relação à foto anterior e também em época diferente.
A Casa onde nasceu o grande pintor Silva Porto, na Rua da Ponte Nova, entre as Flores e Mouzinho da Silveira. A placa comemorativa está lá afixada na parede e na porta a desfazer-se, uma intimação. Foi há 9 meses.
Uma curiosidade na Rua de Fernandes Tomáz, esquina com Bonjardim. Um edifício com razoável aspecto de conservação exterior, mas com janelas entaipadas. Será que é permitido ? No rês-do-chão, várias lojas comerciais e pensões de sobe-e-desce. Por dentro não sei como está. Mas que é uma aberração, é sem dúvidas.
Muitas outras casas e edifícios públicos se encontram degradados, em ruína ou entaipados. Alguns exemplos deixei aqui ao longo deste ano.
Mas o mais flagrante desleixo e incompetência é o exemplo do Mercado do Bolhão, que depois de tantas mise-en-cenes do nosso (salvo seja) Presidente com imensas soluções grátis para a autarquia, denúncias de contratos e o circo habitual com que nos costuma brindar, para ali está abandonado, com menos de metade de "barracas" das que existiam há meia dúzia de anos. Por mim, assíduo de umas cervejinhas e até de almoços económicos, deixei de lá entrar, a não ser quando me sinto apertado e preciso de descarregar águas. Não vá o diabo ser tendeiro e aquela coisa desabe.
Só por curiosidade: Depois de tanta contestação dos Bloquistas e afins, com recolha de assinaturas e etc. que seguimento e alternativas apresentaram para este espaço ?
Tudo boa gente.
Bom Ano caro leitor.