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terça-feira, 27 de setembro de 2011

96 - Santa Marinha, Vila Nova de Gaia, onde é Proibido fotografar

Santa Marinha é uma freguesia da actual Vila Nova de Gaia, (Até mil oitocentos e tal pertenceu ao Porto) enorme em superfície, onde a par das Caves do Vinho do Porto possui monumentos importantes. De destacar o ex-libris Mosteiro da Serra do Pilar, que quer queiram quer não, foi Filipe II, ou já o III, não tenho a certeza, durante a usurpação Filipina de Espanha, que mandou reconstruir o convento vindo desde o séc. XII, de evocação a S. Nicolau. E mudou o seu nome, bem como à Serra que se chamava Monte da Meijoeira e também Serra de Quebrantões. Esse Filipe era apegado à Senhora do Pilar e então, por isso, toma lá de mudar tudo. Presumo que é Monumento Nacional, mas embora se escreva que tem mundos e fundos únicos - como a Igreja circular e o claustro -, está vedado aos olhos de quem o gostaria de conhecer. A Igreja, presumo que abre para a santa missa ao domingo. Mas vale a pena subir o monte só para ver a cidade do Porto, pois não há mais nada para ver.
À beira rio, existe o Convento que sempre chamamos das Freiras, mas que é do Corpus Christi, restaurado e usado como um espaço cultural a par de uma empresa gaiense. Escreveram: O Espaço Corpus Christi é constituído pelo coro alto, coro baixo, ante -coro e capela do séc. XVII. Exemplo ímpar da Arquitectura e da Arte, a capela conventual é invulgar, pela planta octogonal de inspiração italianizante, coberta por uma cúpula de pedra, cuja traça é de autoria de Pantaleão Vieira.
No passado lugar de culto, hoje lugar de cultura. Exposições, concertos, espectáculos de expressão corporal, seminários e congressos fazem parte da sua programação.
Um espaço a re-descobrir (Nova ortografia?).
Quer dizer que não é um templo ? É um espaço constituído por tantas coisas que formaram um templo ? Devo ser eu que estou desactualizado com os novos espaços.
E a rapaziada lá foi redescobrir e a primeira coisa descoberta, foi que era proíbido fotografar.
As fotos a seguir são, pode-se dizer, roubadas, porque feitas às escondidas. E de qualquer forma, só para chatear. Mesmo assim, a cicerone apanhou-me com a boca na botija, duas vezes, mesmo que a rapaziada amiga a tenha tentado distrair. Por isso não há mais história sobre o Convento. 

O tecto do coro alto é lindíssimo.
Na zona onde as freiras ficavam escondidas para assistir aos actos religiosos, a bela imagem de uma máquina fotográfica se destaca. E as cadeiras para re-descobrir o espaço são de muito bom gosto.
 Constou-se que este cristo era do séc. XVI. É uma maravilha de perfeição para a época...

À saída mais um roubo. Daqui não me podem proibir, mas nunca se sabe...
Um pouco para oriente, a Igreja Matriz. Também onde é proíbido fotografar. Não sei se toda a Vila Nova de Gaia é assim proibitiva nos seus monumentos. Paciência. Por isso nem me dá prazer contar a sua história.
Fica uma foto feita em andamento, ao nivel da barriga. Logo uma Santa, que estava de costas a ornamentar um altar, me berrou que era proíbido fotografar. Ainda estou para perceber como ela me viu a máquina na barriga a disparar. Sem flash... Depos levei outro puxões de orelhas, quando lhe perguntei que capela era esta. Indignada, respondeu-me que não era capela mas sim a igreja matriz. Se eu soubesse não lhe perguntava, não era...
Na porta da entrada do espaço religioso, o cartaz bem visível de uma máquina fotográfica. Só que não tem o tracinho vermelho da probição. Este, em princípio é o da permissão. Santa Marinha tem de rever as proibíçoes e os sinais.

Santa Marinha uma coisa não pode proibir. É que se veja a cidade do Porto em toda a sua Glória e Beleza.
Como prevê o meu amigo Jorge Félix: e se um dia tivermos de pagar para fotografar ?

terça-feira, 20 de setembro de 2011

95 - Museus do Porto

Esta mania de querer mostrar a minha Cidade do Porto, levou a que alguns companheiros me quisessem fazer companhia e desfrutar do que ela tem para oferecer. A vida agora permite-nos viajar dentro dela e conhecer o que nunca tivemos oportunidade antes. No nosso tempo, exploração do trabalho infantil não existia e era um prazer dar o corpo ao manifesto. Para quem não tinha aptidões para estudar, embora os nossos pais tudo fizessem para que fossemos alguém no futuro, trabalhar era - foi - o nosso destino. Parece que nenhum dos meus amigos mais chegados se queixa.
Mas por vezes fico mal, levando-os para caminhos já conhecidos meus. Vamos então a alguns Museus da Cidade.
                        
O Museu do Carro Eléctrico, na antiga Central de Massarelos, há exactamente um ano, era de entrada gratuita para os "Maiores de 65". Hoje, custa 4 € para qualquer idade adulta. Bem se esforçou uma simpática Senhora em nos informar que já tinha levado à administração esta situação.
Mas o J.Peixoto não está com meias medidas e diz não pago, não pago. Os eléctricos vejo-os na rua e a história vou lê-la à net. É um roubo. A simpática Senhora (será que é a directora do Museu ?), ofertou-nos a entrada. Não nos queria ver aborrecidos. São atitudes destas que marcam e amaciam velhos ranhosos. Porque só queriamos matar saudades do Pipi e do 500, das zorras e do 3, do 9, do 15, do 20 e por aí fora. Carros eléctricos que marcaram a nossa meninice.
A uma paragem de eléctrico ou de autocarro, está o Museu do Vinho do Porto. A mesma cena das entradas pagas à 3ª idade. Há um ano era também grátis. Creio que eram mais baratas do que no Museu do Eléctrico. Mas a raiva voltou. Será a crise que obrigou a sacar uns cobres ? Mas aqui também dois senhores - dois - na recepção, nos autorizaram a entrada grátis. Bem hajam.
Na minha anterior visita, já tinha ficado um pouco decepcionado com o Museu. Agora a coisa piorou. Se a História do Vinho do Porto se resume a vermos umas pipas, algumas louças que parecem ter sido utilizadas pelos "nobres" das quintas do Douro, a uns paineis com imenso texto que ninguém deve ler, a um escritório de um baronete e a umas fotos do Cais de Gaia, a par de uma montra com documentos e a outra com a evolução das garrafas e de rótulos, parece-me pouco. Até porque o edifício tem uma história larga e acho eu, leigo destas coisas, deveria ser melhor aproveitado. Também lhe faltam uns figurinos vestidos à época do séc. XVIII, que vi na minha anterior visita e retirados não sei porquê. O Vinho do Porto merece muito mais.
No mesmo correr e logo a poucas centenas de metros, temos a Alfândega - a Nova, do séc. XIX, pois houve várias ao longo dos séculos - e as suas exposições. Simpàticamente (olha que rufias) perguntamos ao segurança se podiamos entrar. Que sim senhor, têm de tirar bilhetes ali à direita, depois à esquerda, etc e tal. Essas orientações são com o Peixoto, comigo é a máquina. Pois andamos por ali sem ninguém aparecer, de corredor em corredor, de sala em sala, mas isso não me preocupa nada. Ao Peixoto sim, pois agora queria que tirássemos bilhetes. Vozes ouvíamos muitas. Mas quem liga a isso ?
Entrei num gabinete, onde se lia "Chefe da Alfândega - Entrada Proíbida". Pronto, a rapaziada ao fim da força quis-me convencer que não podíamos andar por ali. Fiz-lhes notar que aquilo é um Museu. Não tem outras serventias actualmente.
O casario de Miragaia está em frente, lindo. Imagino no grande salão das recepções e eventos, os "camones" a desfrutaram do panorama.
Claro que fomos andando por ali e entramos num labirinto onde se demonstram em compartimentos as evoluções das comunicações. Começamos ao contrário, quer dizer do séc. XX para o XIX. Mas se nem tínhamos uma informação, que fazer ? Deixar andar até percebermos o que nos querem mostrar. Tudo muito bem, com música ou vozes ambientes, de rádio, TV, gira-discos, gravadores. Aqui imagino que a rapaziada estava a ouvir a BBC no tempo da II Grande Guerra. Ou quem sabe, a Rádio Moscovo.   
Estavamos a olhar para uma porta com passagem proíbida, quando apareceu um senhor, com a informação sala só é aberta para visitas em grupos. Tudo bem, o Peixoto tremeu porque tinha medo que nos perguntasse pelos bilhetes. Mas aproveitamos para saber dos automóveis. (Museu dos Transportes) "Estão ali", disse o simpático senhor. Mas não podem fotografar, olhem o letreiro. Não se preocupe, amigo, nós somos respeitadores. Tema para outra reportagem, como já o foi da Ribeira Negra, telas de Mestre Júlio Resende, expostas num dos corredores.
Tempo para um saltinho até aos Museus de Zoologia e de Mineralogia da Universidade do Porto, no edifício da Reitoria, aos Leões. Seguindo as indicações do segurança, porque o de Zoologia estava fechado mas estavam pessoas lá dentro para mostrar, bastava tocar à campainha, lá fomos felizes, mas se estava alguém lá dentro, ou eram surdos ou tratavam de coisas importantes. Ou já tinham saído do emprego, mas ainda eram 16h20m. E logo, de todos os museus que visitamos, era o único que tinha, para além de nós, mais dois visitantes adultos e uma criança. Todos os outros nem um visitante. Num período com tantos visitantes estrangeiros, como nunca se viu na nossa Cidade, não dá para entender.
Ficamo-nos pelo de Mineralogia a ver pedras com pêlos, diamantes famosos copiados em vidro, mas isto é brincadeirinha minha porque vale a pena visitá-lo. Há Pedras - desculpem-me se erro no nome daquelas "coisas", o lógico seria chamar-lhe minerais, mas à falta de conhecimentos vai mesmo assimde todo o mundo. Acho que me entendem.
Visitem os Museus. Pelo menos sempre se aprende alguma coisa, se estiverem abertos.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

94 - Porto e o que se vê pela Cidade

Porto, lindo e feio. Hoje vou só referir-me ao feio, porque pode ajudar a ficar bonito. Não creio muito, mas não custa tentar.
Começando pelo Cinema Batalha, é um dó ver aquele espaço a arruinar-se. Com o Águia Douro mesmo ao lado, de cara lavada e em breve o Hotel a abrir as portas, imagino-me cliente e olhar a degradação do vizinho.  
No passadiço da Foz existe uma placa alertando para piso irregular que não faz sentido nenhum, pois está mesmo encostada às rochas que se encontram lá no meio. Existem ao longo do passadiço várias placas iguais, mas aí já têm razão de ser, pois o dito está tão mal construído que fácilmente uma biqueira de sapato fica presa entre os desnivelamentos e os espaços entre as tábuas. Uma queda não é difícil de acontecer, podendo provocar prejuízos no corpo do infeliz. Então para as senhoras, se usarem saltos, é certo que no mínimo, ficarão sem eles.  
Tive a sorte de poder fazer umas imagens nas traseiras do Seminário de Vilar. Quem tem amigos... Umas belíssimas, outras chocantes. Na Rua de D. Pedro V, um painel em chapa, longo, separa o passeio da escarpa que dá, penso eu, para a Rua dos Moinhos. Um encosto mais forte e será um voo de grande altura sem paraquedas.
Esta foto é a continuação da anterior

No Largo do Camarão, a S. Lázaro, um prédio que é uma anomalia. Divide-se em andares e armazéns ou oficinas. Uns habitáveis, pelo menos exteriormente assim parece. Outros em ruínas. E o telhado deve ser um belo jardim. Um espanto, como diria Jô Soares.
O famoso edifício no final do Parque Codental da Cidade. Já foi de um Colégio, creio que o Alemão e também dos S.T.C.P. Não ata nem desata esta bela ruína.
Melhor, já desatou alguma coisa. Isto é, a placa que indicava o final da Obra em Março de 2009 desapareceu. Agora está lá uma outra, mas publicitária. Uma área nobre da qual parece ninguém se interessar.
Quem passa nas Verdades e os turistas passam mesmo por lá, devem julgar que houve um bombardeamento à Cidade. As ruínas do que foram casas e oficinas são bem visiveis. E ainda por lá moram pessoas... 
Na Rua da Bandeirinha, em Miragaia, este edifício é mesmo uma contradição em relação aos outros recuperados que lhe são chegados. É certo que para baixo até nem está mau, segundo parece. Mas o topo, meus senhores, que segurança oferece a quem por lá passa ?
Ainda em Miragaia, próximo das Escadas dos Judeus, continuam lá os restos de alguma obra há mais de quatro anos. E muito lixo. E umas pedras que acho curiosas. Alertei a Junta por email, já duas vezes. Pedindo também a informação sobre estas pedras. No largo, encontra-se uma fonte, que deve ter vindo de qualquer lado. Já restaurada ? Não sei, porque está tudo igual desde que visito o local, que oferece uma vista muito bonita sobre Miragaia e Gaia. Mas quem se importa ? 
Nos Loios as obras de recuperação daqueles edifícios parece que não têm fim. O Porto Vivo tem muita vaidade, com certeza, no enorme painel publicitário. Mas os peões e automobilistas ficam com a cabeça em água com o interrompimento dos passeios e o estacionamento só permitido (será ?) ao pessoal das obras. Além do mais, é impressionante porque só se vêm paredes, tudo o mais são buracos. Como será que elas se seguram ? E será até à eternidade ?
Bons passeios pelo Porto, a minha Cidade.