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segunda-feira, 3 de outubro de 2011

97 - A Estação Ferroviária de Leixões e as fotos proibidas

Para incluir num trabalho a que meti mãos, embora não sabendo se o acabarei alguma vez, precisava de visitar a Estação Ferroviária de Leixões, cujo patrão ou patroa (antigamente o dono de uma oficina, loja ou o que quer que seja onde ganhávamos o nosso pão de cada dia, era assim tratado), é a Refer. Empresa estatal, portanto de todos nós, mas na qual não temos qualquer participação visível, e que tem um buraco, embora não escondido - acho - quási igual ao da Madeira.

Aborreci os amigos J.Neto e C. Vinhal, a quem agradeço a disponibilidade, para que me ajudassem a descobrir a Estação e a sua entrada. Entre telefonemas, emails, mapas, o último chegado passava da uma hora da manhã de hoje, lá meti pés a caminho na companhia do J. Peixoto.
Do final da linha do Metro ou na paragem do 507 Senhor de Matosinhos, só por casualidade se avista a Estação.
A qual seria o términus de uma Linha Ferroviária que começava em Contumil. A Linha da Cintura Interna, ou de Leixões.
Projecto aprovado em 4 de Julho de 1905, só em 1921 começariam as obras, terminadas em 1938. A Estação seria inaugurada em Julho ou Setembro. A pesquisa deixa-me confuso sobre as datas. Destinava-se ao movimento de mercadorias que se dirigiam essencialmente ao Minho e Douro. Posteriormente o transporte de passageiros foi também incluído. Ainda utilizei esta linha de S. Mamede a Contumil algumas vezes em 1979.
Bom, tudo isso acabou, mas a Linha ou lá o que seja ainda funciona. Vagões, Contentores e Mercadorias estão por ali em grande quantidade. Mas o que eu queria mesmo era ver o Edifício da Estação. Bom, depois de uma série de perguntas na entrada de uma cerca dupla, lá fizeram o favor de me deixar entrar. Mas não pode fotografar, avisou-me a guarda. Comecei logo a dizer mal da vida. Mas nada como desobedecer para registar a frontaria de um bonito edifício quási tapado com contentores.
Deu para fazer um boneco dos prémios recebidos, talvez pela beleza dos jardins, normal nos tempos Salazaristas, no que se refere às Estações de Caminho de Ferro. E como eram belíssimas no seu conjunto. Sei que algumas ainda mantêm bem restauradas, pelo menos as suas fachadas. Só que não sei se é proibido fotografar... 
Na gare, o edifício mantém azulejaria, adornada, pelo menos este painel, com um belíssimo cano plástico. Deu só para fazer uma outra foto - que vou reservar para o dito trabalho - pois de repente vi-me rodeado por 4 pessoas 4 (3 homens, um tomando café, outro com walkie-talkie, outro com o cabedal - não sei se estava armado - ; e uma senhora, tipo dama de ferro, que me disse, na voz própria das damas de ferro Não pode fotografar sem autorização. A Refer é detentora do património e tem direito a reservá-lo. Se quizer fotografar vá à Refer a Contumil e consiga a autorização. Entretanto, o másculo de cabedal resolve interromper e dar o seu bitate (Desculpe Prof. Hernâni Gonçalves usar a sua frase preferida) Contumil não dá autorizações. Só Lisboa as passa. Ora toma e vai-te curar, digo eu. O que temos de gramar só para fotografar um edifício. Quer dizer, que é de todos nós. E mai'nada.
Só para chatear, fui fazer um xixi na cerca exterior e aproveitar para fazer uma fotinha mixuruca pelo meio da rede.
Andando pelo mato que está em quantidades e alturas fazendo-me lembrar velhos tempos, bem como o arame farpado, e o Peixoto já com uma mona das antigas, em contra-luz e muito mais, fiz um boneco de recordação. Para onde é proíbido fotografar.