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quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

151 - A Ribeira Negra

Na Alfândega do Porto, está exposto um painel de 40x3 metros (?) que esteve na origem de um outro painel cerâmico colocado na Ribeira, junto ao Túnel, denominado de Ribeira Negra.
O seu autor Júlio Resende.
Júlio Martins Resende da Silva Dias, nasceu no Porto no Porto em 23 de Outubro de 1917 e faleceu em Valbom, Gondomar, em 21 de Setembro de 2011.

Em 1937 matriculou-se na Escola de Belas Artes do Porto. Por dificuldades financeiras, custeou as despesas do curso com a venda de trabalhos gráficos, como desenhos publicitários, ilustrações e banda desenhada. Esta faceta da sua carreira decorreu até aos anos 70. 
Provavelmente a rapaziada do meu tempo de menino ainda se lembrará do Calendário do Matulinho que se publicava no último domingo do ano no Jornal O Primeiro de Janeiro.

Iniciou a carreira docente em 1944 na Escola Industrial de Guimarães.

Em 1945 terminou a licenciatura em Pintura com o Quadro Os Fantoches, classificado em 18 valores.

Entre 1947 e 48 estudou em França, copiou os mestres da pintura no Louvre e outros Museus da Europa. Regressou a Portugal em 49 e ao ensino. Dedicou-se à cerâmica e o seu primeiro painel em 1952 foi para a Escola Gomes Teixeira, no Porto, onde leccionava. Em 1956 formou equipe com o arquitecto João Andresen e o escultor Barata Feyo que ganhou o concurso para o Monumento do Infante D. Henrique, em Sagres, mas cuja obra nunca se realizou por Salazar não gostar dela. 
Nesse ano terminou o curso de Ciências Pedagógicas na Universidade de Coimbra. Em 1958 foi convidado a dar aulas na Escola Superior de Belas Artes do Porto, que só abandonou em 1987.

Institui em 1993 a Fundação Júlio Resende, Lugar do Desenho, em Valbom, Gondomar.

São só uns apontamentos sobre a vida e obra de Júlio Resende, que pintou quási até ao fim da vida, no  Porto, Cidade que o inspirou e à qual sempre voltou. 

Painel Ribeira Negra:

 Realizado em 1984
Episódios de Bairro que definem a Ribeira Portuense 
 Cenas de mercado, conversas entre vizinhas, brincadeiras de miúdos, roupa a secar, 
as mulheres do carvão, animais.
No ar, as vozes de praguejos, de risos, o inconformismo dos velhos, a alegria das crianças, a correria dos cachorros. As fachadas sempre em festa no espelhar dos azulejos. Assim define o Artista a Ribeira.
A história da Ribeira Negra começa em 1984, quando Resende é motivado para realizar uma obra que pudesse funcionar paralelamente à criação musical de Álvaro Salazar (Porto, 1938).
A obra é executada em dez dias, utilizando negro de fumo e óxido de zinco. A tela em lona é dividida em módulos de quatro metros e decorreu no edifício, na altura arruinado, da Cooperativa Árvore.
Foi oferecido à Câmara do Porto, que o manteve encaixotado até 2010, com pouquíssimas visualizações. Também não era fácil expor uma obra desta envergadura.
Desde 6 de Novembro de 2010 encontra-se exposto no espaço museológico da Alfândega, com algumas obras de Júlio Resende na sala exclusiva.
O grande painel mural foi realizado em grés no ano de 1986, encomendado pela Câmara Municipal e realizado na Cerâmica do Fojo, em Gaia, pintado e gravado pelas mãos do Mestre. Mede 41x5 metros.
Não é uma versão do painel sobre lona, mas uma criação originada por esse painel. 
 Foi inaugurado em 21 de Junho de 1987
 Um magnificente historial da miséria e da grandeza da população Ribeirinha da Cidade...
...creio que o que se faz aqui é mais do que perpetuar o rosto de uma Cidade, de um País - é dar apesar de tudo, algum sentido à vida. (Eugénio de Andrade)

Acabou de ser restaurado o Ribeira Negra há pouco tempo. Disse Bernardo Pinto de Almeida (Doutorado em História da Arte e da Cultura pela Universidade do Minho) "...tem um significado político, sobretudo nos tempos de hoje em que o povo é tão maltratado quotidianamente e restaurá-lo tem pelo menos essa vantagem de chamar a atenção de que o Porto existe como história, como tradição..."

http://sigarra.up.pt/up/pt/web_base.gera_pagina?P_pagina=1000853
http://www.lugardodesenho.org/
http://museutransportescomunicacoes.blogspot.pt/p/espaco-ribeira-negra.html
http://projectopatrimonio.com/portugalpedia/porto/documentos/portugalpedia-porto_n01.pdf

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

150 - Caminhos, Caminhadas e Curiosidades do Porto, a minha Cidade

Nos Caminhos da Cidade encontramos coisas a que normalmente não ligamos mas se olharmos bem descobrimos Curiosidades interessantes.

É o caso da escultura de José Rodrigues "O Sonho da Humanidade", evocação do escritor Ferreira de Castro. A obra está localizada na Foz do Douro desde Outubro de 1988, pesa três toneladas e mede 6 metros.
Em Março de 2009 alguém reparou que a escultura tinha desaparecido e a edilidade Camarária desconhecia o seu paradeiro. Averiguando, veio a descobrir-se que foi retirada pelo Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos por causa da localização dos estaleiros das obras dos Molhes da Barra do Douro. A recolocação foi adiada pela falta de uma base de betão, responsabilidade do empreiteiro, mas veio a acontecer em Abril do ano seguinte.
Um desprezo pela Cidade e o seu Património.

Na Barra do Douro existe o Marégrafo. Bem pintado, no seu interior viam-se espalhados no chão alguns aparelhos, muitos papeis e sujidade. Não sei a data da construção deste edifício nem quando foi desactivado e a quem pertence mas presumo ser da responsabilidade dos Portos do Douro e Leixões. A Junta de Freguesia também não nos dá nenhuma referência embora esteja registado no seu património.
Resta-nos a memória de algo que deve ter sido muito útil e a pequena torre com uma escala (?) de marés.

O cinema Batalha tem andado em bolandas. Fechado em 2.000, reabriu em Maio de 2006 depois de um investimento de 1,2 milhões de euros, parte dos 5 milhões que o Grupo Amorim entregou como compensação no âmbito do Plano de Pormenor das Antas. Para gerir foi criado o Gabinete de Comércio Vivo, uma parceria entre a Câmara Municipal e a Associação dos Comerciantes como apoio ao Comércio. O dinheiro foi-se e diz o actual Presidente da Associação que quási todo foi gasto no Batalha. O certo é que há processos judiciais a correr, investigações, etc. E o apoio ao Comércio como foi ?
Conclusão, o Batalha fechou as portas em 31 de Dezembro e os seus proprietários - Neves e Pascaud - nada podem fazer.
E onde estarão as obras - painéis, estatuária, etc - que estavam no seu interior ? Li algures que haviam desaparecido. Será que regressaram ?
Mas veio esta história sobre o Batalha por uma razão. Há tempos, vendo um programa do Prof. Joel Cleto, entre outros foi destacado o baixo relevo na frente do edifício da autoria de Américo Braga (Matosinhos, 21 Janeiro 1909 - Oaxaca, México, 26 Julho 1991). Este painel exibia um martelo na mão do Homem que se encontra na parte superior. E uma foice na mão da Mulher, em baixo.A censura mandou retirar o martelo mas deixou a foice. De notar também as correntes na figura inferior central, também esquecidas ou não conotadas politicamente. Burros os Pides da altura.
Acabei de ler que um outro painel da autoria de Júlio Pomar foi destruído. Políticas idem.
O cinema foi inaugurado em 1947 e é uma obra do Arquitecto Artur Andrade (Porto, 14 de Maio 1913 - Matosinhos, 9 de Novembro 2005). O edifício foi considerado como Monumento de Interesse Público. Vamos ver o que lhe irá acontecer.
    
Publiquei esta foto no espaço do Bando do Café Progresso, feita durante umas caminhadas da rapaziada, porque achei curioso tentar-se uma foto de grupo com um sol/sombra. Por outro lado reparei na farda dos "maiorzinhos" que nunca tive visto.
Recebi de um amigo o esclarecimento que essas fardas são usadas por uma seita que se diz religiosa, descendente de um famigerado grupo muito ligado à época da ditadura Brasileira. O grupo intitula-se Associação Cultural Nossa Senhora de Fátima que começou em S. Paulo e já se estende pelo Brasil.
Pesquisando encontrei dois sites, um deles da Paróquia da Piedade da Diocese de Jales, que acusa esta Associação de enganar o povo em nome da religião e cobrar os seus dízimos em nome da imagem da Senhora de Fátima. E outras coisas mais. São vários parágrafos. Para os interessados aqui fica o link:
O outro link dá esclarecimentos sobre as origens desta seita:
Faz o amigo votos para que esta rapaziada não se esteja a preparar para sujar a nossa Cidade e o nosso País.
Pelo que li naqueles espaços, também assim o espero.

Estamos nos Clérigos e finalmente abriu o "Jardim das Oliveiras". Não sei se é assim que se chama, mas sei que está fechado. O local é o antigo Mercado do Anjo, há meio século chamado de Praça de Lisboa. A obra de reconversão do espaço demorou mais de 5 anos e a sua abertura anunciada por trimestres e anos, desde 2009, aí está.
A estátua de D. António Ferreira Gomes voltou a mudar de sítio, embora isso seja um pormenor insignificante.  
O espaço tem dois níveis: O superior, como referi é um "Jardim" fechado, que parece ser um campo de cultura da azeitona. Olival lhe chamamos. Trasmontano ou Alentejano, eis a questão. O inferior é uma rua-galeria, com dois ou três cafés e um tasco com preços exorbitantes. Aos possíveis clientes, leiam bem as listas para não saírem chamuscados. Pelo menos 6 milhões bem derrapados foram aqui gastos. Quem se deve estar a rir é a Câmara Municipal que não teve nada a ver com isto. Embora o Rui Rio tenha pensado tirar lucros para a autarquia, na crise em que estamos nem daqui a 40 anos, quando acaba o contrato de exploração. E será que as restantes lojas vão um dia abrir ?

Nossa Senhora da Silva é a padroeira dos Ferreiros e Caldeireiros que criaram uma confraria no séc. XV. Construíram uma Albergaria e Capela na muito antiga Rua dos Caldeireiros. No primeiro piso voltado para a rua encontra-se um oratório do séc. XVIII. Um conjunto lindíssimo. No interior do edifício ainda existe a Capela.
Diz a lenda que a Senhora ficou com o nome de Silva, após ter sido achada uma imagem no meio das silvas pelos pedreiros que trabalhavam na construção das fundações da futura Sé do Porto, na qual está entronizada uma imagem de Nossa Senhora da Silva do séc.XV-XVI, do lado direito do transepto.

No cais da meia laranja na Foz do Douro, local que já foi de boas pescarias à linha, está recordada a memória do Comandante John W. Cowie, veterano da Barra, que serviu desde oficial praticante a capitão em grande parte da frota de um armador de Glasgow e que escalava os portos portugueses com regularidade.
Legou as suas cinzas à Barra do Douro, onde foram lançadas em 19 de Julho de 1958 de bordo do navio-motor inglês Seamew, o seu último navio comandado.
Tudo isto aprendi com o meu amigo Rui Amaro e através do seu extraordinário blogue: http://opilotopraticododouroeleixoes.blogspot.pt/.

Vale a pena um passeio até este local, repousar olhando o rio e o que nos rodeia. Logo atrás temos o Jardim do Passeio Alegre com os seus monumentos, lagos e os bonitos urinóis, também o Chalet Suísso; à direita a nova Barra do Douro, à esquerda os Pilotos, o cais do Marégrafo e o Capela-Farol de S. Miguel o Anjo, provàvelmente o mais antigo da Europa, e na continuação a Cantareira.

Quem passa na Avenida Gustave Eiffel, na marginal do Rio Douro, quási por baixo da Ponte de S. João (a nova do comboio), não pode deixar de notar duas belas peças de arqueologia industrial. São os Fornos, o que resta da antiga Fábrica de Louças de Massarelos. Fundada em Massarelos, na Restauração, em 1766, sofreu um grande incêndio em 1920 passando a Fábrica para as Faldas do Monte do Seminário, mais ou menos no local onde se encontram os Fornos. 
Bons tempos que não são tão longos assim, quando a Cidade guardava as suas memórias. 

O Grande Hotel do Porto, edificado na Rua de Santa Catarina num local que foi propriedade de D. Antónia Ferreira (a Ferreirinha dos Vinhos do Porto), foi inaugurado em 27 de Março de 1880. Obra do arquitecto Silva Sardinha (Pedroso, V. N. de Gaia, 13.Fev.1845 - 28.Nov.1906 ) e mandado construir por Daniel Martins de Moura Guimarães, um Gondomarense natural de Santa Eulália, Fânzeres, homem retornado do Brasil, culto, viajante, que para lá voltou e lá morreu.
De entre as muitas figuras ilustres hóspedes do Hotel, destacam-se os ex-Imperadores do Brasil D. Pedro II  e D. Thereza Christina que aqui faleceu em 28 de Dezembro de 1889.
Nada disto é novo, mas por casualidade tive de passar na rua lateral do hotel que se chamava na altura Viela das Pombas, rebaptizada posteriormente para Travessa do Grande Hotel e agora é a Rua de António Pedro, (Cidade da Praia - Cabo Verde, 9 Dez.1909 - Moledo, Minho, 17 Agosto 1966), uma homenagem ao grande vulto da cultura, e alma grande do Teatro Experimental do Porto que aqui bem próximo teve a sua sala. Para os curioso do Teatro e não só, aqui vai a página do TEP: http://www.cct-tep.com/
Reparei nos vidros de uma janela e no Brasão da Cidade do Porto. A imagem está invertida.
O desenho deste Brasão foi da autoria de Almeida Garrett cujas armas são alteradas por decreto da Rainha D. Maria II promulgado por Passos Manuel em 14 de Janeiro de 1837, após o Cerco do Porto e a Morte de D. Pedro IV. Mas o brasão mudou em 1940, ano da glorificação do regime ditatorial de Salazar e companhia que mandou redesenhar as armas e brasões de todos os concelhos e freguesias do País.
Mas para sempre ficou a inscrição de Antiga Mui Nobre Sempre Leal e Invicta Cidade do Porto. O Brasão mudou mas não este no Grande Hotel do Porto. Bem como o que se encontra na estátua de D. Pedro IV na Praça da Liberdade, mas ao qual falta a cabeça do Dragão há anos.  

Olhando para a Alfândega Nova em Miragaia desde Gaia, vê-se uma escultura sobre a qual não encontrei  qualquer referência. Já pedi a informação no Facebook do agora Museu e aguardo. 
A Alfândega, para além de mostrar o seu arquivo, peças, aparelhos, enfim, tudo que dizia respeito à sua missão, é um local de exposições permanentes de grande qualidade e interesse, bem como de  temporárias. 
E não esquecendo que aqui também está exposto o painel-estudo que deu origem ao Painel Cerâmico Ribeira Negra, colocado próximo do Túnel da Ribeira, da autoria de Júlio Resende, infelizmente desaparecido para a vida há pouco tempo.
Fica para a próxima uma "visita"  a este extraordinário trabalho.

Com o mural Ribeira Negra em fundo, uma singela homenagem ao grande Duque da Ribeira, Deocleciano Monteiro de seu nome. (Porto, 24 Março 1902 - 9 Novembro 1996). Uma pequena lápide da autoria de José Rodrigues, na Praça que tem o seu nome junto à Ponte D. Luíz, recordará para sempre o Homem.
Barqueiro e figura carismática da Cidade, nascido e criado na Ribeira, aos onze anos salvava o primeiro humano de morrer afogado nas águas do Douro. Não sei se têm conta os inúmeros salvamentos e corpos resgatados ao Rio.
Há relativamente pouco tempo, entrevistado um outro barqueiro que já tem muitos salvamentos à sua conta (infelizmente não me recordo do seu nome) dizia, quando lhe pediram uma comparação com o Duque: Não há nem nunca haverá qualquer tipo de comparação. O Duque conhecia o Rio como ninguém.
No seu livro de autógrafos, para além dos dois primeiros Presidentes da República eleitos pós 25 de Abril, Eanes e Soares, constam os da Rainha Isabel II de Inglaterra, de Samora Machel ex-Presidente de Moçambique e de muita gente importante que visitava a Cidade.
Presumo que recebeu a mais alta condecoração do País. Mas não tenho a certeza.

Já várias vezes me referi ao Altar de Sant'Ana, na Rua do mesmo nome, próximo da Sé e da Igreja dos Grilos, portanto uma das Ruas do Porto Medieval. Mas há sempre mais uma história que nos aparece quando pesquisamos. 
Tudo começa quando esta Rua se chamava das Aldas, (só mudou de nome em meados do séc. XVI) bem mais extensa do que a actual e ligava o velho burgo à zona Ribeirinha, através da Rua da Bainharia e depois da dos Mercadores. Como ainda hoje acontece.
Havia um "Portal", uma das quatro portas que existiam na Primitiva Muralha Românica e que passou a designar-se de Porta do Arco de Sant'Ana a partir de 1542 por provàvelmente já existir uma imagem da evocação da Santa desde 1524. 
Almeida Garrett imortalizou-o na sua obra O Arco de Santana, descrevendo-o como de arquitectura moderna e levantado quási ao meio da rua que se sobe para chegar ao Largo do Colégio de S. Lourenço (os portuenses conhecem-no melhor como dos Grilos)... e sobre ele havia um oratório que tinha uma janela com vidraça voltada para o lado superior ou do referido Mosteiro dos Grilos...e continha uma imagem da Santa da sua invocação e sobre ele o escudete de pedra com a seguinte legenda: S. Anna Succure Miseris.
O Arco foi demolido em Junho de 1821, requerido por um particular para ali construir umas casas. A Câmara autorizou a troco dinheiro, chamou-lhe indemnizações e lá se foi mais uma obra de grande valor da Cidade.
Voltando ao Altar actual, presumo que foi construído logo após a demolição, na parede granítica do lado esquerdo de quem sobe, portanto do outro lado da muralha. 
A primitiva imagem do séc. XV-XVI foi recolhida na Capela de S. Crispim que se localizava próximo do Convento de S. Domingos demolida para a abertura da Rua Mouzinho da Silveira em  1876. Está actualmente no Museu Sacro do Convento de S. Lourenço (ou dos Grilos). Mais uma visita que aconselho ao renovado espaço do Museu incluindo a Igreja e a parte museológica de Arqueologia. 
Como lamento que os visitantes da Sé não sejam aconselhados a descer 100 metros não só para visitar este conjunto como apreciar no novo miradouro o que nos rodeia.

Caminhadas também são motivo para fazer e guardar imagens e é bom para depois comparar com velhas relíquias. Pelo menos 100 anos separam esta duas e foi pura coincidência a escolha do local.

A história e a vida também se contam em fotos antigas, como estas de Cheias do Rio Douro na Ribeira, expostas na Casa da Dona. Ermelinda, onde comer uma Isca da Ribeira de confecção única aquece primeiro o céu da boca e depois corpo em dias frios.


Para finalizar, uma amostra dos muitos trabalhos em ferro que existem pela Cidade.

Muito a propósito aqui deixo uma bela mensagem da minha amiga Gaúcha-Portuguesa de todos os costados, Dona Alda Paulina:


CAMINHOS

Andei terras
descobri valores
de cada hora.
Sepultei a ausência
revelando amores
tragédia diária.
Idas e retornos
nesta rodoviária.
E o riso louco
de insana carência
mergulhou em flores.
E os dias poucos
do mais que eu fui
já são vivências.
Minha sombra ficou
no exíguo espaço
onde a vida (ainda) flui,
na restante máscara
das aparências.

Alda Paulina Borges