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quinta-feira, 2 de outubro de 2014

196 - Viajando por Terras de Trás-os-Montes.

Queria propôr-vos, meus caros leitores e leitoras, mais uma viagem agora pelo noroeste do meu-vosso Portugal. Que vos possa absorver e entusiasmar para uma visitinha e a mim para recordar.
Não sei se serei capaz deste propósito, mas vocês dirão.
Saímos de Vila Real pela A4 que liga a Bragança e vem desde o Porto. Faltam-lhe completar 6 km que são as do famigerado túnel do Marão, que não ata nem desata. Por causa disso, de Amarante a Vila Real temos de usar o IP4. A partir de Bragança faz parte da Estrada Europeia E82. 
O nossa passagem é por Vila Pouca de Aguiar e aí saímos da A4 para entrar na velhinha estrada de Chaves mas com destino a Boticas.
Fiz muitas vezes esta estrada no tempo em que a boa gente transmontana se admirava por ver um "desgraçado" do Porto ir até eles oferecer trabalho gráfico. Velhos anos 80 do século XX de grandes lembranças.
Muitas amizades fiz por aqui e boas obras realizei. E de boas comezainas também usufruí. Mas o tempo escoa-se e ficam as recordações.

 A poucos quilómetros de Vila Pouca encontramos Pedras Salgadas. Não sei como estão as Termas e os Parques. O edifício da ex-Estação do Caminho de Ferro serve agora de paragem para  as "carreiras" de camionetas. Tem um bar de apoio e um quiosque de venda de jornais e tabaco. 
O troço de Caminho de Ferro que ligou Vila Real a Pedras foi inaugurado em 15 de Julho de 1907.
Por trás da Estação existia um dancing que um rapaz novo, na altura dos tais anos 80, abrira há pouco tempo. Consegui vender-lhe a bom preço, postais ilustrados com fotos sugestivas feitas às 4 horas da manhã.

 Um sugestiva escultura numa das rotundas. Publicidade às Águas e às Termas ?
O Sucesso das Termas iniciou-se após a escolha da Rainha D. Maria Pia como destino de férias.

Por causa de um verão esquisito, de pouco calor e muita chuva, há pastos abundantes.

O tempo não dá para visitar tudo e depois de guardar a imagem de gado a pastar, seguimos para Vidago, a uma vintena de quilómetros.

Escreve-se que Vidago deve ser anterior à romanização. Mas há dúvidas se os romanos estiveram por aqui. Crêem que sim, porque os ditos gostavam muito de banhos e termas.
A descoberta das águas foi uma recente casualidade em 1863. Teve um período de esplendor entre 1875-77 quando o Rei D. Lúiz I lhe tomou o gosto.
O comboio chegou em 1910 e há muito que partiu. Formatações inteligentes do meu-nosso Portugal.

O belíssimo parque, parte dele, não podia de deixar de ser revisitado. Mas recomendaram-nos cuidado para não interferir com o Campo de Golfe e o Picadeiro. 

A belíssima Fonte nº 1, para onde está canalizada a água cuja composição química permite aplicar injecções directas no nosso corpinho e é superior à de Vichy, considerada a nº 1 do mundo. Francesisses...ou Francesices, é igual.

Caminho de acesso ao campo de Golfe e ao Clube Hípico.

Vidago Palace Hotel. Não sei se foi erguido com dinheiros do Rei D. Carlos mas lê-se na história do Hotel que ele queria ver construído um espaço luxuoso com projecção internacional para acomodar visitantes, turistas e a família real. Azar seu, que não chegou a conhecer o Hotel inaugurado em 1910.
Esteve encerrado entre 2006 e 2010. 

Igreja de Nossa Senhora da Conceição. É de construção recente (1940-1942) em estilo neo- românico. Gostava de saber, porque razão está o contentor do lixo mesmo em frente da Igreja havendo tanto espaço em volta. Mas isso parece ser coisa comum em muitos lugares de Portugal.

Atravessamos a Ponte sobre o Rio Tâmega em direcção a Boticas.

Ao fundo, a grandeza do Barroso.

Boticas, que gostei de revisitar ao fim de quase 30 anos. Já não há Vinho dos Mortos (naturais) mas a história e a fama prevalece e teve origem aquando da 2ª Invasão Francesa em 1808. As tropas comandadas pelo General Soult (e não só nesta invasão como também durante as outras duas) saqueavam e destruíam tudo por onde passavam. Os naturais esconderam o vinho no chão das adegas e quando os alarves dos franceses foram expulsos, o vinho foi retirado verificando-se que tinha melhorado a qualidade.
Há uma reposição histórica mas não houve tempo para visitar.
Se bem entendi o que está escrito na página do Município de Boticas, a sua história inicia-se com um rico senhor apelidado de Barroso, no século XIII. 
Agora a intenção é sair para o Gerês.

 A chuva chegou durante o passagem pelas Barragens. Uma pequena paragem para ouvir sem se ver o Rio Rabagão.

A primeira barragem é a do Alto Rabagão ou dos Pisões.

Um lindo bicho abrigando-se da chuva.

Barragem da Venda Nova. O lago visto da estrada que passa por cima da barragem.

Caminhos de um dos lados.

Do outro lado da Barragem

Descanso para almoço, esperando que a chuva passe.

No Restaurante Albufeira em Lamas da Missa, onde se come bem e barato, uma brincadeira para terminar esta pequena viagem.