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domingo, 28 de dezembro de 2014

202 - As mentiras dos jornais

De dentes afiados, esfregando as mãos e o resto cheio de frio, levantou-se um senhor de madrugada pensando que iria ter um dia feliz e contente. Eu.

Tinha sido anunciado na véspera do Dia de Natal no que já foi um grande jornal da Cidade, o J.N, que o Palácio da Bolsa, pertença da Senhora Dona Associação Comercial do Porto, abriria magnanimamente a sua residência para a população a puder visitar livremente na data do seu aniversário. Hoje, dia 27.12.2014.

Já esquecido do último anúncio flop também através de um Jornal , creio que no Público, da subida à Torre dos Clérigos por elevador construído para esse fim - que afinal não funciona, nem a Torre ainda está livre de obras interiores - acreditou este vosso amigo mais uma vez num jornal . E levou atrás o camarada Jorge Peixoto.

Pensamos que seria hoje o dia de uma visita à borla ao templo sagrado do associativismo do comércio e afins da mui nobre, invicta e sempre leal Cidade do Porto.

Programada a visita para a hora da refeição do meio-dia, pensando na possível menor afluência do Povo, quando para nossa espanto ficamos a saber pelo portas que as visitas teriam de ser marcadas com antecedência. Há muito que estavam esgotadas.

Eram precisamente 12h40m. Encontramos duas pessoas na bilheteira, mais duas ou três que deveriam estar com a mesma cara de burrinhos-crentes como nós que acreditam em tudo que lêem. Digo-escrevo que deveriam estar porque não consegui ver a minha, embora imaginando-a.

Vimos através do vidro, atrás do cordão divisória e do portas, um grupo talvez de 10 visitantes em ordem unida no Pátio das Nações seguindo o ou a cicerone. Como as visitas contínuas, segundo o dito jornal, terminavam às 17 horas, estranhamos tanta-pouca gente por ali. Mas quem sabe, o horário contínuo tenha diferentes interpretações, ou que cada circuito demore (demorasse, demoraria) umas 4 horas. Ou talvez mais tarde chegassem outros inscritos. Sabe-se lá. Isto de gente fina a visitar palácios é outra coisa...

Ficamos a rogar ao Infante que não aponte apenas mas mande deitar ao mar quem escrevinha artigos nos jornais sem os complementar com informações precisas. Posto isto, lá demos às de vila-diogo.

E fomos procurar onde comer.

Se o dia estava mau, piorou. Conta-se breve. Porque estávamos a uns 300 metros a subir, combinamos ir ao Olho, porque ao sábado também há tripas. Olho, fechado. Passamos pela Mercearia das Flores, fechada. Pensamos na Adega do Marco, mas como era mais a subir, optamos para ir ao Quim. Fechado. Pelo caminho olhamos o Serrano, fechado. Finalmente, o Viseu estava aberto.
Boas Tripas, má vitela - diria vaca das antigas - assada. A pomada da casa de S. João da Pesqueira - seria ? - bebeu-se.
Despedidas, infelizmente por más notícias para o Peixoto e lá fui eu fazendo umas fotos para tentar ganhar o dia.

Um pouco de paciência não faz mal a ninguém, mesmo com uma multidão na baixa. Incluindo imensidões de turistas.
Para a posteridade um dos cavalos da Praça de D. João I. Mais o másculo e a gaivota

 A Rua de Santa Catarina e os seus artistas...
 ...e a multidão para a Batalha...
...e para o Marquês.

Caros amigos, costumamos dizer não há duas sem três. Não sei bem o que isso quer dizer, mas fui enganado nestes últimos 15 dias duas vezes por causa dos jornais. Não acreditem em tudo o que neles se escreve. Devem ser estagiários a quem entregam um gravador, depois transcrevem o que ficou registado . A seguir falta o chefe, o editor, um amigo, que lhes ensine como dever, antes de mandarem para a redacção um artigo, terem de o confirmar para bem informar.
Esta era a escola dos velhos tempos. Mas os jornalistas estão em fase de extinção. Hoje, pouco se importam se o público lê jornais seja em papel seja na internete; as pequenas ou as grandes notícias. Desde que tenham um rótulo a negro em destaque, mesmo que o título não corresponda à notícia verdadeira. Se é que ainda há notícias verdadeiras.

Para o caso não interessa nada. Nem a mim que não vou cair na terceira esparrela jornalística. Penso eu de que...