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quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

209 - Comércios vizinhos da Torre dos Clérigos

Imaginem amigos e amigas leitores-leitoras estarem junto à Torre dos Clérigos, voltados de costas para ela e do lado esquerdo vão caminhar  ao longo do passeio, numa distância talvez de 50 metros. Encontramos Comércios Tradicionais que me dão muito prazer olhar. Espero que a vocês também.
Estamos no antigo Campo do Olival e muito próximos da Porta do Olival
Daqui estamos de frente para a Torre e o passeio que vamos percorrer de lá para cá. Já agora uma informação complementar. O conjunto Igreja-Torre foram restauradas e valem bem uma visita mesmo para quem já conhece. 

A parte lateral da Torre reflecte-se nas suas montras
Vamos começar pela Garrafeira dos Clérigos, que julgo chamar-se comercialmente Cleriporto. É um comércio relativamente recente, especializado na venda e degustação de Vinhos.
Para além da bonita decoração, sobressaem as paredes em pedra e os painéis de azulejos.
O Tecto é um magnífico vitral que cobre todo o espaço

Prosseguindo, encontramos  a Casa Oriental fundada em 1910
Inicialmente comercializava Chás, Cafés e Chocolates. Após a segunda guerra mundial expande a gama especialmente aos produtos tradicionais portugueses. A sua imagem de marca é o Bacalhau.
Famoso o painel publicitário

Um pouco acima encontramos a herdeira do Boticário do Olival. Creio que foi assim que se chamou. Vão reparar nos textos que encontrei e que merecem destaque.
Não há registos históricos, mas foi-me dito que a Farmácia tem mais de 100 anos. O Boticário teria pelo menos 200 anos e à porta haviam uns banquinhos de pedra onde os clientes esperavam pelos aviamentos.
Um texto curioso refere que em 1476  o tintureiro Afonso Vasques e sua mulher Maria Martins moradores à Porta do Olival empazam quatro courelas de chaao que pertencem à Câmara. E vendeu (sem data referida) ao boticário Afonso Pais o prazo de um quarto de chaao com casa na Porta do Olival.
Em http://ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/artigo3801.pdf
Presume-se que no local já era conhecido um Boticário
Entre fotos com 6 anos de diferença alguns restauros e modificações.
Uma parte do mobiliário vem desde o início da nova farmácia.
Pormenores riquíssimos.
O tecto, restaurado com frequência, em gesso relevado pintado a branco e dourado é igualmente do início da Farmácia.
Agora leiam meus caríssimos e caríssimas visitantes, o texto que encontrei publicado no Diario do Goberno do Imperio do Brasil, Diario Fluminense, na página 396 do número 98 de Quarta-feira 26 de Outubro do ano de 1825. Em rodapé da página e presumo que seja um anúncio:  Na Botica da rua de S. Pedro próxima á da Quitanda, ha hum surtimento das verdadeiras pirolas de familia, da receita do falecido Boticario Antonio Pereira de Mesquita, no Porto, dentro da Porta do Olival: as quaes pirolas vendem-se a meudo; e em porção de latas, vender-se-hão muito enconta.
A ortografia bem como as acentuações foram copiadas e dactilografadas a partir do original que se pode ler reproduzido na net. Pena não ser permitido copiar directamente do original, mas não podemos ter tudo...
Apenas por curiosidade, a cópia da primeira página do diário.
Não sei como, consegui "sacá-la".
Ainda por curiosidade vejam o título Diario Official. Mas se se deram ai cuidado
no interior vamos encontrar Diário Fluminense.

Chegamos ao local onde existiu a Porta do Olival. A Muralha que chamamos de Fernandina do século XIV, subia a Rua dos Clérigos desde os Loios (Cardozas, onde hoje está o Hotel Intercontinental), continuava pela actual Rua da Assunção até ao Olival e descia pela Vitória e Miragaia até ao Rio.
Dessa Porta vamos encontrar vestígios no Café Portas do Olival.
Vou transcrever apontamentos do Historiador Germano Silva recolhidos no blogue do amigo Fernando Cardoso http://cadernosdalibania.blogspot.pt/ cuja visita recomendo. Não sem antes deixar o "recado": apreciem o lombo assado que esta casa cozinha.

É o Café mais antigo da Cidade do Porto que já funcionava com a mesma designação em 1853. Pensa-se que será mais antigo pois virá desde o tempo do Botequim de Adães.
Na planta inferior, encontramos traves  esteios das antigas muralhas.
A porta lateral terá sido construída em parte na Porta do Olival notando-se ainda a ogiva. A parede faz parte da sua construção.
Copiando o Professor Germano Silva : Conhece-se pouco da sua existência mais antiga, mas sabe-se que nos finais do século XIX, ou começos do XX, pertencia a um indivíduo chamado Joaquim da Silva, que se tornara numa figura típica da cidade por causa das compridas barbas brancas que usava. Bran­cas, da idade, claro. 
Quando morreu, entre 1916 e 1917, o tal Joaquim da Silva deixou o café, por heran­ça, a uma criada que com ele trabalhava. Com a morte da criada e do marido desta, chamado António de Oliveira, o café pas­sou para a posse de uma irmã do Oliveira, que por sua vez o trespassou já nos idos de 60 do século passado. 
Os actuais proprietários conscientes da impor­tância que o seu estabelecimento tem no contexto do património da cidade e na­cional (a Muralha Fernandina é monu­mento nacional) tudo fazem no sentido não apenas de preservar o património existente, mas também de o valorizar e divulgar, mantendo em bom estado e per­feitamente visível esta verdadeira relí­quia portuense. 
Dois magníficos painéis fotográficos decoram o salão. Em cima, a Muralha Fernandina nos Guindais, o troço mais visível dos que ainda se podem apreciar.
Em baixo, o local onde esteve a Porta do Olival. O edifício branco que faz esquina é o Café.
Actualmente o local chama-se Campo Mártires da Pátria. Os Comércios que apresentei estão ao correr desse passeio até à Torre dos Clérigos. Mas isso já os meus leitores e leitoras perceberam.

Já várias vezes referi estes Estabelecimentos Comerciais. Mas todos as vezes que por eles passo, seja para mostrar aos amigos e amigas, não me recuso a fazer mais uma recordação.
E é assim a minha-nossa Cidade.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

208 - O Couto de Dornelas e a Festa de S. Sebastião

O meu amigo e ex-camarada desde os tempos de Vendas Novas e já lá vão mais de 47 anos, o Barreto Pires, fez um convite ao Bando do Café Progresso - os amigos e ex-camaradas sabem a quem me refiro - na pessoa do Presidente Jorge Teixeira (Jotex para os amigos ) para uma visita à sua terra por altura das Festas de S. Sebastião.
Dornelas fica nas terras de Barroso, freguesia do Concelho de Boticas em Trás-os Montes.
Convite aceite e a rapaziada meteu carros e camionetas ao caminho. Uma grande parte do percurso desde a minha-nossa Cidade do Porto - e há duas alternativas - é feita por auto estradas e depois por estradas nacionais de muito boa qualidade.
O nevoeiro e a neve são presenças nesta altura do ano. E se nuvens escuras são sinónimo de frio, não assustam viandantes experimentados, tenham ou não assumido temperaturas de 40 e mais graus nos velhos tempos.
Vamo-nos aproximando do destino, Barroso cá estamos nós, mas ainda há tempo para umas fotos paisagisticas
Chegados e bem dispostos, (já tínhamos feito o mata-bicho na casa nova do Pires) vamos então conhecer Dornelas e a história da Festa de São Sebastião. Na foto, o Cruzeiro.

O Povo local gosta que lhe chamem Couto de Dornelas, criado em 1127 pelo nobre Ay Ayres que raptou da corte de D. Afonso Henriques (o nosso primeiro) uma dama e com ela veio viver para estas terras que, segundo a história era despovoada. Construiu residência e capela.

Torre posterior e Igreja matriz onde se realizou a Missa em honra de S. Sebastião
Foram chegando forasteiros para a povoar e logo que se acoutassem à capela não poderiam ser presos nem punidos pela justiça do rei. Começaram a cultivar os terrenos para o senhor.
 Pelourinho. Ao fundo a serra do Barroso e a neve.
Vamos descobrir a Festa de S. Sebastião presa a duas lendas.
Uma antiga de há muito, muitos anos... houve na região um ano de muita fome e peste. O Povo pediu a S. Sebastião que os protegesse. Em troca prometeram realizar  uma Festa onde não faltasse carne e pão a quem a ela comparecesse.

A Torre vista de trás e o Povo esperando à porta da Igreja o final da missa

A mesa do Santo que se estende pela Rua principal
Os anos passaram e o povo foi ficando esquecido do seu Santo e da Festa, mesmo que tenham havido anos de doença e fome. Até que chegaram as invasões napoleónicas, mais concretamente a segunda de 1809 com a sua fama de pilhagens, violações e mortes.
O povo voltou a acolher-se sob a protecção do Santo: Se os invasores não entrarem no Couto faremos todos os anos no dia 20 de Janeiro uma festa em tua honra onde não faltará comida a toda a gente que a ela vier...

 A mesa entendendo-se ao longo da rua principal.
Continuando a história da lenda, caiu um nevão tão grande que não permitiu aos invasores franceses descer ao Couto.
Diz o meu amigo Barreto Pires que os invasores transitavam em direcção ao Porto pela estrada romana Chaves-Braga que passa pela serra do Barroso e aqui bem perto.
 A carne era e ainda é cozinhada nos potes de ferro, na casa do Santo à volta de uma grande lareira.
Porque não consegui melhores fotos, recorri ao meu amigo Fernando Súcio.
O Povo cozinhando para o Povo
A bênção da comida 

Saída para a procissão 
O Santo saindo da sua casa

Espigueiro onde se guardam ou guardavam os cereais. Existem alguns ainda. 

Aguardando a distribuição da comida, o Povo faz a festa. 

Vem gente de muitas localidades para a Festa. A tradição ainda é o que era.

Vão-se comendo os merendeiros trazidos de casa enquanto se aguarda pela comida benzida.
Festa é Festa e há muita animação mesmo com imenso frio. 


Velho moinho de água. Um casal sénior aproveita para merendar. 
Nestes moinhos moíam-se os cereais para fazer o pão.

Uma parte do percurso onde a mesa está instalada. Digo eu que não medi que tem 500 metros. Há quem diga que são 1000 metros. Percorrêmo-la toda mas nem dei fé da sua extensão.
Não assistimos à distribuição da comida, iría demorar muito. Seguimos para a casa velha do Barreto Pires no lugar de Gestosa, que pertence à freguesia e onde fomos presenteados com uma bela refeição.
Começando por aperitivar com verdadeiros Rojões como são servidos na região, rojidos na sua banha,  juntamente com o pão tradicional.

Contou o meu amigo Barreto Pires que no tempo dele, da tradição fazia parte o doar das carnes, que eram de Porco como ainda hoje é. Quem oferecia o Peito, o Cachaço, a Barriga, enfim, cada parte do bicho, essa parte é a que vinha para a sua mesa onde partilhava com os seus convidados e amigos no dia da Festa.
Fazendo jus à tradição da Festa fomos presenteados com o melhor e mais completo cozido trasmontano que já apreciei.
Carnes e enchidos da região, criados e fabricados em "casa". Incluiu carne de boi barrosã e frango da "casa" .
Legumes da terra, mais o feijão vermelho, arroz e hortaliças. O vinho não era o dos mortos, porque essa tradição acabou.

No final do repasto, as senhoras que trabalharam - a esposa e a cunhada do Pires, ofereceram o pão que havíamos de trazer para a viagem.
A partilha do pão pelo Barreto Pires e pela esposa D. Maria da Luz.

Assim é a tradição das gentes transmontanas, gente que muito considero desde há anos. Já não me admiro pela seu lhano e gentileza pois habituaram-me a elas.
Um abraço fraterno ao meu amigo que para além do mais me fez conhecer mais um pouco desta região e das suas tradições.


terça-feira, 20 de janeiro de 2015

207 - Comércios novos em velhos Comércios

Depois de deixarmos o Café Piolho que tantas recordações trouxe a amigos que me enviaram mensagens de saudade, continuamos na zona, concretamente no Carmo que faz parte da memória da Cidade do Porto há centenas de anos. Era uma área do Campo do Olival e que a partir de 1619 se começou a designar Carmo.
Lá estão as Igrejas dos Carmelitas e de Nossa Senhora do Carmo mais o seu Hospital, o quartel da GNR nas instalações do velho Convento do Carmo, o Hospital de Santo António e a Escola de Ciências Biomédicas em edifícios que são um marco da arquitectura centenária da Cidade.
Mais histórias existem do Carmo e Carmelitas sobretudo durante as invasões napoleónicas (1809)  onde as tropas invasoras se alojaram e saquearam o que era Carmelita e se trataram no Carmo.

Vamos visitar a Garrafeira do Carmo, no gaveto da Rua e Travessa do Carmo a qual se chamava em 1755 Viela dos Poços das Traseiras da Cordoaria e quatro anos mais tarde passou a Rua.
Em conversa agradável como o actual dono, o senhor Ramos, a dona a quem comprou o edifício, senhora na altura com mais de 80 anos, disse-lhe que já a bisavó morava aqui. Presume-se que a casa terá a sua origem no século XVIII.
 O alvará de comércio mais antigo que se lhe conhece data de 1904 e era de uma sapataria. Posteriormente foi latoaria (funileiro em Portuense) e depois uma charcutaria e mercearia fina, a Casa Ramos. A Garrafeira foi inaugurada em 1990.
Foram mantidas as estruturas iniciais embora se tivessem feito obras grandes, pois a casa precisava delas.
 Mobiliários bem adaptados, obras de arte, fotos, cartazes antigos, peças de utilidade doméstica e de comércios estão à disposição dos olhares de quem gosta apreciá-los.
O sortido de bebidas nacionais e estrangeiras para venda é grande. Destaque para os vinhos portugueses e especialmente para a enorme variedade dos Vinhos do Porto, onde encontramos relíquias com séculos.
Um prazer olhar à nossa volta, e sentir a gentileza como fui recebido. No intervalo, sempre se ouvem conversas com clientes. E posso confirmar que os preços comparados com os das grandes superfícies, da mesma marca, são bem inferiores.
Deixo a sugestão para compras aos amigos que nos visitam. Variedade, bons preços e gentileza. E fazem entregas ao domicílio.
Espreitem a página http://www.garrafeiracarmo.com/

A história do Carmo foi colhida nos escritos do Prof. Germano Silva.

Vamos para a baixa, mais concretamente à nossa Sala de Visitas.
Na Praça da Liberdade, o Café Imperial - que já não o é e não deveria ter sido permitido colocarem-se as letras da nova proprietária, pelo menos com este destaque - foi um símbolo da Cidade na Baixa.
Foi inaugurado na década de 30 do século passado, destacando-se de imediato a Águia Imperial da autoria do escultor Henrique Moreira (Avintes, 1890-1979) que tantas obras deixou espalhadas pela Cidade do Porto, incluindo os Meninos da Avenida.
A imponência da fachada do Imperial ainda nos anos 70/80 
(foto recolhida na página de Susana Faro - http://www.porto24.pt/memoria/viagem-ao-centro-porto/ )

No interior mantêm-se as decorações originais. Espelhos de Cristal e por cima um friso de baixos relevos em gesso representando motivos de dança, também da autoria de Henrique Moreira, mas mudaram-lhe as cores originais.
 Ao fundo por cima do enorme balcão e área de serviço, um vitral representando o ciclo do café, do Grão à Chávena, da autoria de Ricardo Leone, vitralista que recuperou a arte do vitral em Portugal, falecido em 1971.
(Ver  http://sigarra.up.pt/ffup/pt/web_gessi_docs.download_file?p_name=F-1152441855/O%20Vitral.pdf )
Hoje o extraordinário vitral encontra-se parcialmente escondido dos olhares. Comparar com o pormenor da foto, em baixo.
Foto recolhida em http://porto-desaparecido.blogspot.pt/2014/07/cafe-imperial.html 

 A iluminação está muito diferente, bem como o mobiliário. Sofás de couro estavam ao longo das paredes. Não sei se desde a origem mas sentei-me muitas vezes neles.
Ao fundo a entrada para os andares. 

Para irmos ao salão dos bilhares, tínhamos de passar pelos "engraxadores", uma fila de várias cadeiras,  já não me lembro de quantas,  que tinham sempre clientela para puxar o lustro aos sapatos.
Foto recolhida na página do amigo http://doportoenaoso.blogspot.pt/

Fui um frequentador assíduo deste café durante anos. Primeiro no salão de bilhares que existia, creio, no segundo andar e mais tarde na salão do café, principalmente após a saída do trabalho para o cimbalino do relaxe. Na altura do 25 de Abril era à porta que se compravam os jornais da tarde para saber as últimas. Saudades do Norte, conforme apregoavam os ardinas.
Aqui conheci Virgínia Moura.
No andar inferior, totalmente modificado agora, era um restaurante bem frequentado. Ali recebi uma festa-jantar de despedida ofertada por companheiros de trabalho nos anos 70. O prato foi Polvo à Bordalesa.

No passeio do outro lado, já na Avenida dos Aliados, encontra-se o Guarany. Conhecido como o Café dos Músicos, pois era aí que paravam esses profissionais antes e depois dos espectáculos diários que se ofereciam à noite na Cidade nas muitas e diversas casas.
Isto sou eu a contar pelas recordações que ouvi do meu Pai. Mas é verdade porque na página do Café lá está referido em destaque.
Inaugurado em 29 de Janeiro de 1933, foi obra do Arquitecto Rogério de Azevedo - já escrevi neste espaço sobre o homem e parte da obra dele. A decoração foi de Henrique Moreira.
O nome do Café relembra os índios da América Meridional e é uma alusão ao Brasil dos anos XX , o primeiro produtor mundial de Café.
O Café Guarany teve um período difícil a partir dos anos 80. Foi recuperado em 2003 , restaurados mobiliários, candeeiros, apliques, cobres. Quase voltou aos anos 30 do século anterior.
A pintora Graça Morais ( n.1948 em Vieiro - Vila Flor - Trás-os-Montes ) produz os painéis Os Senhores da Amazónia para a inauguração pós recuperação.

De destacar o ÍNDIO, relevo em mármore de Henrique Moreira.
Foto recolhida na página do Café Guarany.
http://www.cafeguarany.com/pt/Utilidades/Homepage.aspx

Outras fotos recolhidas na página do Café



Meus amigos, leitores e seguidores. Minhas amigas, leitoras e seguidoras.
É mais uma página de interiores e não só, de estabelecimentos comerciais da minha-nossa Cidade do Porto que podem apreciar. Boas visitas.