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domingo, 22 de fevereiro de 2015

212 - Estabelecimentos comerciais do Porto

É mais um convite aos meus e minhas amigos e amigas para conhecerem alguns comércios da minha-nossa Cidade. E vamos começar pela Farmácia Almeida Cunha que pelo nome talvez poucos tripeiros conheçam.
Mas se referirmos que é a antiga Farmácia do Bolhão já não restarão dúvidas.
Após a sua fundação em 1890 e famosa pelas suas fórmulas farmaceuticas, sofreu algumas alterações ao longo dos anos. Em 1996 a nova proprietária Dra. Teresa Figueiras fez a última alteração, preservou a fachada mas retirou as almofadas em madeira, aumentou as montras e colocaram-se mármores no rodapé.
O interior também sofreu alterações. O espaço foi aberto a partir do arco.
O móvel que dividia o espaço comercial dos laboratórios e armazém.
Os tectos foram restaurados, mas a cor foi alterada.
Mantém-se no entanto a sua beleza.

Uma velha Caixa Registadora National fabricada pela NCR, actualmente AT&T
Um agradecimento especial  à Dra. Teresa Figueira pelo acolhimento e informações prestadas.

Vamos mudar de ramo, mas manter a velhice.
Como se pode ler no placard do lado direito, ao centro, esta loja já vem desde 1925. Está na Rua do Bonjardim, vizinha da referida anteriormente Pretinho do Japão e de uma outra que já não existe, que salvo erro era a Pérola do Japão.
O seu interior não tem nada de especial, a não ser um velho cartaz executado pelo D. Silva, mais tarde conhecido como Durand ,com estúdio na Rua do Freixo, e que juntamente com o Almeida Mendes, com estúdio na Rua Alexandre Braga, foram os dois grandes artistas-pintores de cartazes publicitários da Cidade do Porto. Durand mais dedicado a tabuletas de comércios e Mendes a painéis cinematográficos. Saudades destes amigos, mas o tempo não perdoa.
Um dia ainda hei-de contar umas histórias passadas comigo e sobre as três lojas que acima referi nos princípios dos anos 60 do século passado. Foram 50 metros a ganhar uns tostões ao sábado à tarde por causa do Bacalhau racionado.

Retorno à Brasileira - já deixei nestas páginas umas referência há uns dois anos, embora as fotos sejam de 2007 - porque está em mudança.
Segundo consta, António Oliveira, agora doutor, de Penafiel, antigo jogador do F.C. Porto e do Sporting, o artista dos pés mágicos e do cheiro a alho quando foi seleccionador nacional, segundo os encartados jornalistas da nossa praça, adquiriu o edifício para um hotel que abrirá em breve.
Tenho quase a certeza que vai manter o aspecto arquitectónico que o Café da Brasileira tinha. Não sei se terá as mesmas funções. Pelo sim pelo não, guardem-se as relíquias do passado para comparação futura.

Vem-me à lembrança um pedido feito pela senhora (esqueci o nome) responsável pela abertura do actual  Hotel Intercontinental - Edifício das Cardosas, antigo Convento dos Lóios - se conseguia uma foto do interior do Café Astória.
Percorri tudo que era possível a ver se encontrava alguma foto. Nada de nada.
Por isso vou deixando por aí, ao longo da net, algumas imagens que um dia possam ser aproveitadas como comparação.
Até breve.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

211 - Estabelecimentos comerciais e o Mercado do Bolhão

Estou feliz. Acabei de reparar que este espaço, que me é muito querido, ultrapassou as 400 mil visualizações e tem mais de 1500 comentários. Devem estar incluídos aos que respondi, não sei, mas em quase cinco anos de divulgação da minha Cidade e das Regiões que fui percorrendo, acho que valeu a pena.

Hoje vou divulgar mais uns espaços comerciais, não só pela arquitectura e decoração como pelo que representam para a Cidade do Porto.
Comecemos pela antiga Livraria Académica do amigo (poderei considerá-lo assim, oxalá ele me permita) Nuno Canavez. Já a tinha referido no meu poste http://portojofotos.blogspot.pt/2012/03/123-rua-dos-martires-da-liberdade.html , mas nunca tinha entrado.
Quando entrei há dias com uns amigos, o Senhor Nuno Canavez atirou: Cheira-me a Transmontanos. E não se enganou, pois ia acompanhado por dois genuínos filhos daquele bendita região.
A livraria foi fundada em 1912 na Rua das Oliveiras a transferida para este local, no início da Rua dos Mártires da Liberdade por Joaquim Guedes da Silva.
O Senhor Nuno Canavez entrou muito moço para empregado, ficando depois à frente da Livraria. Edita catálogos várias vezes por ano e recomendo uma visita à página http://www.livraria-academica.com/
Mereceu diversas homenagens de amigos e do antigo Presidente da República Dr. Mário Soares aquando da passagem do centenário da Livraria.
Trasmontano de Mirandela, tem o Senhor Nuno Canavez vasta obra escrita dedicada à região. A biblioteca da cidade está recheada de milhares de obras ofertadas pelo seu filho.
Com uma gentileza digna de registo, disponibilizou-se a mostrar-nos a sua casa e as obras que guarda, bem como recordações e homenagens que merecidamente lhe prestaram ao longo da sua vida de 80 e alguns anos.
Foi uma hora bem passada com muita cultura à mistura que não poderia deixar de referir.

Há um ano e alguns meses, passeava com uns amigos brasileiros pela Rua das Flores ainda em obras e muito pó no ar. Numa das poucas ourivesarias que ainda existem nesta rua - de mais de vinte tem agora três ou quatro - viu a esposa do meu amigo uns artigos que quis comprar como recordação.
A ourivesaria em causa foi a Neves & Filha que usa este nome desde 1875, embora inicialmente e desde 1840 se chamasse Leitão & Irmão.
Mantêm-se o estilo arte nova bem como o relógio e barómetro da época inicial da Leitão & Irmão.
Devido ao estado da Rua, a loja não estava nas melhores condições de limpeza e arrumação. Mesmo assim, foi-me autorizado fotografar o que quisesse.
A proprietária actual, desenhadora de jóias, segue a tradição do pai que adquiriu a loja em 1920.
Algumas peças e os meus amigos nas compras. Por razões de segurança, não fotografei os móveis lindíssimos onde estão expostas algumas peças para venda.

Um saltinho até ao Mercado do Bolhão. Não para escrever sobre ele - até me custa - mas sobre umas fotos antigas que encontrei por casualidade na parte superior de uma das poucas lojas ainda em funcionamento.
Nunca encontrei estas fotos na net e tentei captá-las embora com dificuldade pois estão num ponto alto e era já muito tarde num dia cinzento. Com a luz possível, tentei mais ou menos dos mesmos ângulos fazer fotos actuais. Mais de 90 anos as separam.
É assim que se encontra há anos este velho Mercado. A cair, sem soluções, sem clientes, sem bancas.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

210 - Estabelecimentos Comerciais

Foi em Maio passado, no dia do Bando do Café Progresso, que a rapaziada foi almoçar ao Antunes o célebre Chispe no Forno, no Bonjardim.
Um pouco abaixo e do outro lado da rua, entrei no Pretinho do Japão e pedi autorização para fazer umas fotos desta mercearia antiga.
Esta foto da frontaria é recente.
 Um gato era normal existir nas mercearias antigas. Pelo menos tanto quanto me recordo.
 Este estabelecimento existe desde 1947. O Pretinho do Japão tem uma pequena escultura-símbolo e do nome não se sabe ao certo a origem. Pode ter vindo de uma história, (do Bandarra) de uma lenda (espírita) ou efeitos da concorrência de um estabelecimento próximo que existiu com o nome de Favorita do Japão.
Passados uns tempos voltei a passar por aqueles lados e reparei que a casa estava em obras.
Reabriu por altura do Natal. Entrei novamente em Janeiro último e chamou-me logo a atenção o lindo painel de azulejos que ficou escondido com a remodelação. Fiz notar isso ao proprietário.

Aspectos antigo e novo, respectivamente acima e abaixo nas fotos.
 Foi aberta onde era o armazém uma nova sala, especialmente dedicada à gastronomia e garrafeira.
 Algumas relíquias
 Os velhos moínhos de moer o grão de café ainda se utilizam. Em destaque os deliciosos ladrilhos de marmelada. Conferi que são mesmo de marmelo.
Para a decoração actual, mantiveram muito da estrutura e mobiliários primitivos.
 Pormenor da sala interior e uma pequena escultura de outro Pretinho
 A primitiva porta que dividia a "mercearia" do armazém, agora nos fundos
 Elementos decorativos graciosos
A escultura do Pretinho do Japão recebe-nos à entrada do novo espaço.
Está projectado para o pátio das traseiras um outro espaço. A ver vamos. Desejo boa sorte ao antigo Marçano, o Zé Manel.