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quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

205 - A beleza dos nossos estabelecimentos comerciais

Continuo encantado pelas Lojas da minha-nossa Cidade do Porto e espero conseguir passar aos meus queridos leitores-visualizadores esse encantamento. Faço-vos o convite para me acompanharem embora esta série sobre o reconhecimentos de estabelecimentos da Cidade, principalmente os seus interiores, não tenham uma tábua cronológica. Nem das visitas, nem das fotos, nem da publicação.

Rua de 31 de Janeiro. Entramos na Machado Joalheiros, cuja origem comercial começa na Rua do Loureiro onde hoje se encontra a Pastelaria Serrana. Ver a postagem número 200: http://portojofotos.blogspot.pt/2014/12/200-pastelaria-serrana.html

 Em 1914 num belo edifício Arte Nova projectado pelo arquitecto Francisco Oliveira Ferreira é inaugurada a Ourivesaria Cunha & Sobrinho.
Não tendo nada a ver com a história e decoração das lojas que tento apresentar, presumo que os novos edifícios foram construídos ou sobre ruínas ou após demolições dos anteriores que já existiriam desde a abertura total da rua em 1805.
 Ao projecto inicial da fachada é acrescentado o conjunto escultórico Os Meus Amores, da autoria do irmão José.
A mesma dupla que esteve na origem da Cunha na Rua do Loureiro.
 Em 1957 passa da dinastia Cunha para a Machado. Pormenores que não interessam para o caso, pois o que importa e aos amigos visitantes é a beleza do estabelecimento.
 Não me foi permitido fotografar pormenores para além desta vista parcial. O que compreendo perfeitamente. Mesmo assim... bastou um sim, a máquina pronta e já está. Poderão os proprietários confirmar que era apenas a decoração e móveis que me interessavam registar. E saber mais pormenores da história da empresa. Para o tema em causa ver as jóias era secundário. Para isso existe a sua perfeita página na net: http://www.machadojoalheiro.com/

Devo dizer que me ofereceram uma visita num dia a combinar. De preferência de manhã ao abrir da loja. E que poderia ser logo na segunda-feira seguinte. Mas a minha vida é tão ocupada desde pela manhã que fiquei de regressar após descobrir uma vaga na agenda matinal. E depois das festas.

Ao fundo estão os móveis que vieram da antiga Ourivesaria Cunha, da Rua do Loureiro.
É de ficar perdido a olhar a loja. E pedir que acreditem em nós e não chamem a polícia só porque ficamos  sem vontade de sair.

Nas proximidades encontramos a Casa Vicent.
Na trapalhada que lemos na net e na página da Direcção Geral do Património Cultural, presumimos que o edifício Arte Nova, cujo arquitecto se desconhece, tem a fachada em ferro fundido ouro talvez fabricado na Companhia Aliança para a Casa Vicent.
Ora, é fácil presumir que o primeiro utilizador do espaço foi a Ourivesaria Miranda e não as Modas Vicent.
Como passou do primeiro para o segundo não sei. Mas podemos ler na página da DGPC  que foi construída no período 1914-1915. Não entendo se foi o edifício ou só a fachada.
Havia uma Luvaria Vicent dos finais do século XIX ou princípios do XX ao início da Rua, do lado esquerdo. Cujo dono era um francês. Lembro-me nos anos 60 do século passado ainda existir a Casa Vicent, julgo que mais ou menos no mesmo local. Era onde o guarda livros da empresa onde trabalhava mandava confeccionar as suas camisas de seda sempre em cor creme. E quantas vezes lá fui buscar encomendas para o senhor Gualdino Leite. Não sei se tem a ver alguma coisa uma com a outra.
Lê-se ainda que o interior do estabelecimento mantém todo o mobiliário original  incluindo os candeeiros, os tectos estucados e pintados e os pavimentos soalhados a madeira. 
Umas pequenas notas: Estupidamente, quando gentilmente me foi permitido fotografar o interior, não o fiz a não ser a foto acima. O meu interesse nessa altura era outro (ver postagem 
 http://portojofotos.blogspot.pt/2011/04/72-rua-de-31-de-janeiro-ex-de-santo.html 
Adiante e mudemos de Rua

Na Rua Formosa mesmo em frente à saída do lado sul do Mercado do Bolhão, encontramos a Confeitaria do Bolhão.  
Aberta ao público em 1896 .
Entre 1985 e 1995 esteve encerrada.
Foi adquirida pela actual gerência que a remodelou mantendo as cores, traça e estruturas originais
A talhe de foice, digo que se come bem no Restaurante. Ou pelo menos comia-se. Já há uns anos que não almoço aqui. As tripas e o lombo assado eram muito bem confeccionados. E o bacalhau à Braga também. E os preços estavam muito em conta.
O salão é poiso mais ou menos regular de um grupinho muito Abandalhado.
Se olharmos bem, à altura dos tectos para baixo vemos estruturas em ferro forjado de desenhos magníficos. Digo eu. Estão nas portas de ligação aos lavabos e à entrada.

Regressemos à Rua do Loureiro, junto a S. Bento e olhemos descontraídos para uma vizinha da Serrana: A Casa Arcozelo.
O edifício deve ter alguma ligação antiga com o da Serrana, pois a característica das janelas revestidas de gradeamentos em ferro são-lhes comum.
Esta casa tanto quanto consegui ler de fugida foi inaugurada em 1921. Com autorização para fotografar, notam-se por cima dos móveis os roda-tectos e os remates das colunas ao que me dizem restaurados do original.
Tive um vizinho, já falecido, que veio para o Porto trabalhar nesta casa ainda menino. Nunca conheceu outra. Existiu um blogue que tentei reencontrar mas não consegui, onde se lia a história de outro menino que veio da Beira para aqui trabalhar. E como era delicioso ler as suas aventuras pela Cidade quando fazia as entregas dos queijos que esta casa recebia directamente da Serra da Estrela.

A Arcozelo tem ao balcão um casal já de uma certa idade que são encantadores, mas muito desconfiados. Julgo que serão os actuais proprietários. Quando entra alguém - tipo eu - ele refugia-se no interior. Ela baixa a cabeça e fala o menos possível quase sem me olhar.  Mas é um prazer olhar os produtos que vendem, principalmente a charcutaria e os queijos. Tenho levado alguns amigos e amigas a visitar e a comprar nesta casa.
Dizia-me há cerca de 2 anos, o amigo Fernando Súcio. Andamos nas feiras a comprar fumeiro e aqui estão a metade do preço.

Pronto, meus queridos amigos, amigas e visitantes. É-foi mais uma voltinha por alguns comércios da minha Invicta.
Mas há muitos mais.